Fonte:http://www.aped-dor.com/images/FactSheets/DorMusculoEsqueletica/pt/JointPain.pdf
Tradução Dr. José Oswaldo de Oliveira Júnior
Introdução
A artralgia ou dor articular está entre os tipos mais frequentes de dor. As principais causas de dor são o
traumatismo e a inflamação (artrites aguda e crônica). Geralmente, a artralgia se associa com o
comprometimento da função articular que varia desde uma simples restrição dos movimentos até sua completa
incapacidade.
Epidemiologia e Economia
Osteoartrose (OA): aos 65 anos mais de 90% da população tem pelo menos uma articulação com OA. Com o
avançar da idade mais articulações são acometidas. Nos estágios iniciais a OA pode não ocasionar dor.
• A incidência de artrite reumatóide e de aproximadamente 1%.
• A incidência de artrite gotosa e de aproximadamente 1%.
Fisiopatologia
Nas doenças articulares a dor se produz com maior frequência durante o exercício ou mesmo durante as
atividades cotidianas habituais (veja adiante em “características clínicas”). Este aumento da sensibilidade
dolorosa é atribuída a:
• Sensibilização periférica: aumento da sensibilidade dos nociceptores articulares a estímulos mecânicos
aplicados na articulação. É induzida por mediadores inflamatórios tais como a bradicinina,
prostaglandinas e citocinas.
• Sensibilização central: aumento da sensibilidade dos neurônios relacionados com as informações das
sensibilidades dolorosa e mecânica das articulações. É induzida pela informação dos receptores
dolorosos articulares e mantida pelos mecanismos centrais de amplificação.
Características clínicas
• A artralgia pode ser aguda (duração de dias) ou crônica (duração de meses a anos).
• Dependendo da doença de base pode ser sentida em apenas uma articulação (após traumatismos ou
durante osteoartrite) ou em diversas articulações (por exemplo: poliartrite reumatóide).
• Normalmente, a dor atinge a articulação ou as articulações afetadas, porém pode ser referida a distância
(por exemplo, a osteoartrite de quadril pode causar dor referida no joelho).
• A artralgia em geral é surda e vaga, diferente da dor cutânea que é aguda e de localização mais precisa.
• A dor pode ocorrer com hiperalgia ou mesmo com alodínea: em uma articulação normal somente os
movimentos contra a resistência do tecido ocasiona dor, no entanto, a articulação lesada ou inflamada a
dor pode ocorrer mesmo durante os movimentos comuns e normalmente indolores.
• A artralgia tem como resultado deterioração física, claudicação, restrição de movimento, e perda de
força.
• A dor articular costuma piorar com o uso (levantamento de peso ou movimento), e melhorar com o
repouso, mas, pode também ser constante.
• Um tipo particular de dor articular é a que ocorre em repouso durante a noite.
• A dor pode ser associada com outros sintomas como a rigidez, a instabilidade ou o calor.
Critérios diagnósticos
• Uma articulação lesada ou inflamada pode ser fonte de dor decorrente de uma leve ou moderada
pressão localizada (palpação), enquanto uma pressão forte pode causar dor muito intensa.
• Durante a enfermidade articular (artropatia), a dor pode ser causada por movimentos passivos dentro da
amplitude normalmente utilizada, ou pelo alongamento articular, e a movimentação pode ficar limitada.
• Uma articulação inflamada pode ficar inchada, quente e avermelhada.
• A artropatia crônica pode ser caracterizada por deformidade articular e crescimento ósseo.
• A artralgia pode ser acompanhada por uma redução de amplitude de movimento, e até mesmo por um
aumento de amplitude de movimento (por exemplo após rupturas ligamentares).
Diagnóstico e tratamento
• O diagnóstico de artralgia se baseia no exame físico (veja “Critérios diagnósticos”), radiografias, imagens
obtidas por ressonância magnética e tomografia computadorizada, exames de sangue e do liquido
sinovial.
• As radiografias podem documentar deformações, perda cartilaginosa, ruptura de ligamentos, etc.
• As imagens obtidas por ressonância magnética podem documentar hiperplasia sinovial, edema da
medula óssea e outras alterações do tecido mole.
• As analises do sangue são úteis para verificação de marcadores inflamatórios.
• Para o tratamento da dor, comumente são utilizados fármacos analgésicos (em geral fármacos antiinflamatórios
não esteroidais).
• A fisioterapia, o exercício, a educação e a estimulação nervosa transcutanea (TENS) são efetivos nas
condições associadas à dor articular.
• Os tratamentos específicos incluem (1) o uso de fármacos modificadores do curso da doença de base
(por exemplo neutralizadores do fator de necrose tumoral do tipo alfa); e (2) substituição cirúrgica da
articulação.
Referências:
1. Felson DT. The sources of pain in knee osteoarthritis. Curr Opin Rheumatol 2005;17:624–8.
2. Schaible HG. Basic mechanisms of deep somatic k’s textbook of pain, 5th ed. Elsevier: Churchill Livingstone; 2006. p.
621–33.
3. Schaible HG, Grubb BD. Afferent and spinal mechanisms of joint pain. Pain 1993;55:5–54.
4. Scott DL. Osteoarthritis and rheumatoid arthritis. In: Wall and Melzack’s textbook of pain, 5th ed. Elsevier: Churchill
Livingstone; 2006. p. 653–67. pain. In: McMahon SB, Koltzenburg M, editors. Wall and Melzac
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