Análise SWOT para o Marketing Pessoal
Autor: Paulo Morais Artigo publicado em MKTPortugal
Num outro artigo para o Marketing Portugal, escrevi sobre o plano de presença online. A análise referida neste artigo (S.W.O.T.), pode ser enquadrada no processo de planeamento (adaptando-o ao Marketing Pessoal) à medida que vamos efectuando o diagnostico de situação (ponto 1), mas, comecemos pelo inicio.
Para os profissionais de Marketing e de Gestão, a análise S.W.O.T não é novidade e a ideia deste pequeno artigo não é explicar a sua aplicação no mundo empresarial, mas sim, no nosso Marketing Pessoal, no âmbito online (embora, em termos de metodologia, se consigam retirar diversas ilações para o mundo “offline” e para o universo empresarial).
No âmbito do Marketing Pessoal, a análise SWOT não tem uma aplicabilidade muito diferente do mundo empresarial, porque, a sua missão baseia-se em objectivos idênticos;
- Efectuar uma análise interna (pessoal) e externa (ambiente);
- Identificar “factores críticos de sucesso” e definir prioridades;
- Preparar acções e prever obstáculos;
- Aproveitar oportunidades e tentar garantir o sucesso.
A SWOT permite-nos fazer uma analise de ambiente a 2 níveis;
- Interno – Pontos Fortes (S) e os Pontos fracos (W)
- Externo – Oportunidades (O) e as Ameaças (T)
Para que a análise seja enquadrada na “cultura web 2.0″, devemos ter em conta uma premissa essencial – temos que ter uma predisposição natural para partilhar e acrescentar valor à nossa rede sem, forçosamente, querer algo em troca. Quanto maior for esta predisposição, maior é a probabilidade de sucesso. O retorno e os resultados devem acontecer com naturalidade.
No âmbito do Marketing Pessoal Online, sem acreditar em fórmulas milagrosas para atingir o sucesso, devemos dar maior destaque aos nossos pontos fortes para aproveitar as oportunidades e enfrentar as ameaças, porém, devemos ter um trabalho “offline”, consciente, que nos permita aperfeiçoar e melhorar os nossos pontos fracos, tornando-nos cada vez melhores.
Fases da análise S.W.O.T.
1º Fazemos análise aos nossos pontos fortes (S)
- Quais as nossas competências?
- Quais as nossas mais-valias?
- Que tenho para dar aos outros?
- No que sou diferente?
- No que é que me destaco?
2º Fazemos uma análise dos nossos pontos fracos (W)
- Que aspectos pessoais e profissionais tenho que melhorar?
- Que erros tenho cometido e como melhorar?
- O que posso fazer e não tenho feito?
- Quais as minhas características de personalidade/comportamento mais prejudiciais ao meu desempenho?
3º Analisamos as oportunidades da envolvente (O)
- Quais as tendências?
- Que “mercados” ainda posso explorar?
- Como pensam as pessoas sobre determinado tema?
- Como esta a evoluir a sociedade, dentro da minha área?
(será interessante complementar com alguns estudos e dados estatísticos, para além da nossa percepção)
4º Analisamos as ameaças da envolvente (T)
Fazemos o exercício igual ao ponto 3, mas com foco nas ameaças.
- Qual a concorrência que temos? (quantidade e qualidade)
- Como está o ambiente/mercado ao nível da saturação na minha área?
- Quais os cenários que podem afectar o meu desempenho?
- Quais os indicadores que podem interferir no meu sucesso? (sejam indicadores macro-ambientais, indicadores online, indicadores das próprias redes sociais, etc.)
À medida que vão surgindo respostas, vamos colocando nos quadrantes da S.W.O.T.
É frequente que existam demasiadas respostas para cada quadrante da S.W.O.T. Se for o caso, pode ser muito útil criar uma tabela de prioridades que nos permite atribuir um valor a cada resposta, sendo, por exemplo, 1 – pouco importante e 3 – muito importante.
No exemplo utilizei 2 respostas (exemplos) por área, mas, se tivéssemos centenas de respostas, o procedimento seria o mesmo.
Apesar de se destacarem (definindo como prioritárias) algumas das respostas encontradas, não devemos ignorar por completo as outras, porque, por exemplo, podemos ter uma ameaça com 1 de impacto na reputação online, mas com uma tendência de 3, que dará um valor total de 4, ou seja, aparentemente não é uma resposta prioritária, porém, é uma ameaça que deve ser bem analisada tendo em conta a sua tendência. Quanto mais variáveis incluirmos e quantos mais níveis de prioridade definirmos, mais rigorosa é a nossa análise.
É igualmente importante perceber que o “mundo online” é muito dinâmico, como tal, é aconselhável que a análise SWOT seja flexível e actualizada com alguma frequência, dependendo dos nossos objectivos e necessidades.
Neste caso, coloquei o Impacto na reputação, a Tendência e a Probabilidade de ocorrênciacomo as variáveis a analisar, mas, estas variáveis podem (e devem) ser adaptadas em função das necessidades da análise, ou seja, antes de qualquer passo para a análise devemos saber responder à questão – “Para que quero fazer esta análise?” . As respostas podem ser as mais variadas, como por exemplo;
- Procuro emprego
- Quero evoluir profissionalmente
- Quero aumentar a minha rede de contactos
- Quero conseguir ser influente na minha rede
- Quero aumentar a minha visibilidade pessoal
Assinalei a verde o que nos é favorável (Pontos fortes e Oportunidades) e a vermelho o que nos é desfavorável (Pontos Fracos e Ameaças)
Analisando a tabela de prioridades, podemos concluir que me devo focar, essencialmente;
- No facto de ser dinâmico (ponto forte)
- No facto de ser Social (ponto forte)
- No facto de ser Teimoso (ponto fraco)
- No facto do recrutamento online estar em crescimento (oportunidade)
- No facto de existirem cada vez mais utilizadores (ameaça)
Resumindo – Devemos com esta análise, ser capazes de utilizar os nossos pontos fortes paracombater as ameaças e tirar proveito das oportunidades, ou seja, no exemplo utilizado, devo tirar proveito das minhas competências como social e dinâmico para tirar proveito do recrutamento online estar em crescimento, tendo em conta que um dos meus objectivos é a busca de um novo emprego. Devo ainda aproveitar esses meus pontos fortes para me diferenciar do facto de existirem cada vez mais utilizadores. Por outro lado, devo trabalhar o meu ponto fraco (ser teimoso), para que se transforme, eventualmente, num ponto forte.
Interessa fazer com que a minha rede percepcione as minhas qualidades e competências. Quanto mais foco dermos a estas características, maior é a nossa probabilidade de sucesso.
Por outro lado, não nos devemos tornar “obcecados” para esconder os nossos pontos fracos. Todos os temos e o primeiro passo é ter humildade para os reconhecer.
Não vale a pena fazer análises e planear se não for para agir, por isso, faça a sua análise epotencialize os seus resultados, partilhando-os com a sua rede.
Não vá para a a sua rede dizer que é “isto ou aquilo”, que” faz e que acontece”. Arranje uma estratégia, inteligente, para que a sua rede percepcione os seus pontos fortes sem ter que os dizer, directamente.
Votos de sucesso!
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