O AVC é uma emergência médica e a rapidez de ação pode determinar a extensão dos danos e o grau de sucesso do tratamento.
Alexandra Malheiro, especialista em Medicina Interna do Hospital Lusíadas Porto, explica como se deve atuar.
Acidente vascular cerebral ou AVC. O nome designa a morte de tecido cerebral por interrupção súbita na circulação sanguínea para o cérebro, que assim fica impedido de receber oxigénio e nutrientes, indispensáveis à sua normal atividade.
Causas
Na sua origem está, em 85% dos casos, um bloqueio da irrigação sanguínea devido à obstrução de uma artéria cerebral – AVC isquémico. Este bloqueio pode dever-se a uma trombose (quando se forma um coágulo no interior de uma artéria cerebral) ou a uma embolia (quando um coágulo pré-existente é transportado pela circulação sanguínea). Em cerca de 15% das situações, o AVC tem origem no rompimento de uma artéria, que dá lugar a uma hemorragia – AVC hemorrágico.
Ação rápida
Seja qual for a causa, o AVC é sempre uma emergência médica e é urgente atuar o mais rapidamente possível, já que pode ter efeitos nefastos imediatos. Nas situações isquémicas é, muitas vezes, possível minimizar os danos com um tratamento que apenas é eficaz até quatro horas e meia após o surgimento dos primeiros sintomas. Já nas situações hemorrágicas, pode ser necessária intervenção cirúrgica urgente.
Sinais de alarme
Reconhecer as manifestações de um AVC é o primeiro passo para minimizar os danos que provoca. As mais comuns são:
– Desvio da face;
– Falta de força num dos lados do corpo (braço, perna);
– Dificuldade em falar e de entendimento, confusão.
Também podem ser sinais, menos comuns, de AVC:
– Alteração de visão (em um ou ambos os olhos);
– Dificuldade em andar, tonturas ou falta de equilíbrio;
– Dor de cabeça severa e sem causa aparente;
– Sensação súbita (em minutos ou horas) de náusea e vómito;
– Um breve período de ausência ou diminuição de consciência (desmaios, confusão, convulsão ou coma).
Reconhecer e agir
Perante queixas de um familiar ou amigo, existem alguns procedimentos que podem facilitar o reconhecimento dos sinais indicados acima:
– Peça-lhe que se ria e observe: um dos lados da face está descaído? A boca está “ao lado”?
– Peça-lhe que levante os dois braços e observe: um dos braços cai, sem força?
– Diga uma frase simples e peça-lhe que a repita: tem dificuldade em falar? As respostas são incoerentes?
Se a resposta a uma destas perguntas for afirmativa, chame o 112 o mais rapidamente possível. Registe a hora, para saber indicar quando o AVC teve início, e mantenha a calma, para responder às perguntas que forem colocadas.
– Peça-lhe que levante os dois braços e observe: um dos braços cai, sem força?
– Diga uma frase simples e peça-lhe que a repita: tem dificuldade em falar? As respostas são incoerentes?
Se a resposta a uma destas perguntas for afirmativa, chame o 112 o mais rapidamente possível. Registe a hora, para saber indicar quando o AVC teve início, e mantenha a calma, para responder às perguntas que forem colocadas.
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