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quarta-feira, 25 de março de 2020

Sistema Respiratório e a Fisioterapia Geriátrica

Fonte: https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/fisioterapia/sistema-respiratorio-e-a-fisioterapia-geriatrica/28048


O aparelho respiratório pode sofrer alterações anatómicas e funcionais, que variam de amplitude, porém são inerentes ao processo normal e natural do envelhecimento, não devendo ser avaliadas como factor isolado.

Vários factores podem afetar a função pulmonar, sendo, frequentemente, agravantes do processo de envelhecimento, tais como o tabagismo, poluição ambiental, exposição profissional, doenças pregressas pulmonares ou não, diferenças socioeconômicas, constitucionais e raciais.

A frequente associação com outras enfermidades, principalmente as de caráter crônico-degenerativas, faz com que os idosos apresentem maior comprometimento da função pulmonar. A redução dos parâmetros funcionais do idoso sadio, de acordo com vários autores, é da grandeza de aproximadamente 20%, Cassol (2004).

Alterações estruturais do Sistema Respiratório
Entre as principais alterações fisiológicas do aparelho respiratório destacam-se:
- Perda das propriedades de retração elástica do pulmão;
- Enrijecimento da parede torácica;
- Diminuição da potência motora e muscular.

Para Freitas et al (2002), alterações da elasticidade, da complacência e dos volumes pulmonares, decorrentes das mudanças do tecido conectivo pulmonar, da redução de massa muscular e da acentuação da cifose fisiológica, são descritas como fatores limitantes na terceira idade. Estes fatores podem frequentemente comprometer a reserva funcional dos idosos, tornando-os sintomáticos. As propriedades mecânicas do pulmão do idoso estão fisiologicamente alteradas quando comparadas com as do adulto jovem.

Pulmão
A maior alteração encontrada no pulmão senil é a diminuição do tamanho da via aérea, principalmente associado às alterações do tecido conectivo de suporte. O estreitamento de bronquíolos, o aumento dos ductos alveolares e o achatamento dos sacos alveolares são resultantes das alterações nas concentrações de elas tina e colágeno observados no envelhecimento.

No interstício pulmonar, as fibras elásticas, o colágeno e a musculatura lisa desempenham importante papel na tensão elástica pulmonar, podendo também sofrer influências do volume sanguíneo pulmonar e do muco brônquico.

No pulmão senil, o aumento do volume de ar nos ácinos decorre do aumento do volume de ar nos ductos alveolares, levando ao que chamamos de ductectasias, sendo considerado como urna alteração fisiológica, não constituindo enfisema pulmonar propriamente dito.

A redução do número e da atividade das células mucociliares, do epitélio de revestimento brônquico leva a maior dificuldade do clareamento das vias aéreas, predispondo a maior incidência de infecção nesse grupo. As alterações anatômicas, em combinação com a reorientação das fibras elásticas, podem ocasionar as seguintes alterações fisiológicas na senescência: redução da elasticidade pulmonar, aumento da complacência pulmonar, redução da capacidade de difusão de oxigênio, fechamento prematuro de vias aéreas, fechamento de pequenas vias aéreas, redução dos fluxos expiratórios.

Parede Torácica
O enrijecimento do gradeado costal é a principal alteração fisiológica do envelhecimento associado à parede torácica, podendo ser atribuido ao processo de osteoporose e osteoartrose senil, caracterizado por descalcificação das costelas e vértebras, ca!cificação das cartilagens condroesternais e alterações nas articulações costovertebrais A complacência total do aparelho respiratório no idoso esta reduzida à custa, principalmente, do enrijecimento da parede torácica em contraposição aos efeitos da redução da elasticidade pulmonar, ocasionando mudanças no formato do pulmão e na dinâmica respiratória.

Músculos Respiratórios
No envelhecimento fisiológico ocorre substituição de tecido muscular por tecido gorduroso, o que, associado aos elevados índices de inatividade e até imobilismo, compete para a redução da massa e da potência da musculatura esquelética, acarretando menor capacidade de sustentar o trabalho muscular (endurance). A redução da massa e da potência muscular é certamente fator de grande importância para o declínio da função pulmonar e que pode ser modillcado através de programas de atividade física, fisioterapia motora e respiratória e suplementação nutricional.

Alterações da função pulmonar
As alterações no tamanho da via aérea e da superfície alveolar contribuem para redução do volume pulmonar útil para as trocas gasosas e para o aumento do espaço morto. As vias aéreas servem como conduto para gases inspirados e expirados (zona de condução), e, com o envelhecimento, tomam-se maiores, comprometendo a eficiência das trocas gasosas. O volume de ar inspirado contido no espaço morto aumenta de 1/3 para1/2 do volume corrente, em idosos.

A redução da complacência torácica, o aumento da complacência pulmonar e a redução da força dos músculos respiratórios promovem a redução da capacidade vital (CV).

A capacidade residual funcional (CRF), que corresponde ao volume de gás nos pulmões no final da expiração, e o volume residual (VR), que corresponde ao volume de gás nos pulmões após expiração forçada, aumentam com a idade, enquanto a capacidade pulmonar total (CPT) e o volume corrente (VC) pouco se alteram.

A capacidade vital forçada (CVF) e o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEFl) reduzem com a idade, assim como a relação VEFI/CVF (índice de Tiffeneau). Tais alterações podem ser atribuídas à redução da pressão de recolhimento e consequente fechamento das vias aéreas em grandes volumes pulmonares. As desordens respiratórias do sono, a obstrução e apneias são reconhecidamente, distúrbios comuns em idosos, os quais apresentam uma redução da qualidade e na estrutura do sono.

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