Pesquisar neste blogue

domingo, 15 de março de 2020

Diretrizes Brasileiras de Ventilação Mecânica 2013 Cuidados Fisioterapia em pacientes em suporte ventilatório

Fonte :Sociedade Brasileira de Pneumologia e Associação de Medicina intensiva Brasileira

Capitulo 28 : Cuidados de Fisioterapia nos Pacientes em Suporte Ventilatório:

a. Manobras e condutas fisioterapêuticas no paciente sob VM (SARA, Asma, DPO-
CE, neuromuscular, neurológico, politrauma)
b. Como indicar e realizar mobilização precoce na VMI e VNI

Comentários: Pacientes internados na UTI podem apresentar disfunções respiratórias e musculares, a ao longo do tempo desenvolver fraqueza neuromuscular e complicações do imobilismo, o que pode dificultar a retirada da ventilação mecânica.
A imobilidade prolongada leva à perda das funções motoras e da qualidade de vida, podendo ser minimizadas com a instituição de mobilização precoce e cuidados respiratórios. Pacientes que requerem VM prolongada apresentam incidência de fraqueza muscular adquirida na UTI (neuromuscular) entre 25 e 60% 1 , que contribui para o aumento do tempo de internação na UTI e hospitalar. A fisioterapia atua no sentido de manter e/ou restabelecer a funcionalidade do paciente através da prevenção de alterações osteomioarticulares e de complicações respiratórias.

Recomendação: Diagnóstico fisioterapêutico deve preceder qualquer intervenção.2
Recomendação: A fisioterapia em pacientes sob ventilação mecânica na UTI deve ser implementada em regime de 24h com benefícios na redução do tempo de ventilação mecânica, tempo de internação em UTI e hospitalar, na redução do custo hospitalar e da mortalidade.3,4

Manobras e condutas fisioterapêuticas no paciente em ventilação mecânica:
Recomendação: Terapia de higiene brônquica (posicionamento, insuflação manual, vibração e compressão torácica): indicada em pacientes com aumento de resistência da via aérea gerada por presença de secreção causando assincronia da ventilação mecânica e/ou queda da oxigenação. Mandatória em atelectasias lobares.5
Sugestão: Pode-se realizar técnicas de expansão pulmonar na presença de colabamento pulmonar com redução da complacência e oxigenação.6
Recomendação: Realizar treinamento muscular inspiratório em pacientes com fraqueza muscular inspiratória e ventilação mecânica prolongada para melhorar a força muscular. Seu papel para diminuição do tempo de ventilação mecânica e sucesso de retirada da VM ainda não está estabelecido

Mobilização Precoce na VMI e VNI

• Recomendação: A mobilização precoce deve ser iniciada em menos de 72h do início da VM, pois é viável, segura e resulta em benefícios funcionais significantes.5

• Sugestão: Estimulação elétrica neuromuscular e cicloergômetro podem ser consideradas como complemento do programa de mobilização precoce.11

• Sugestão: O treinamento de transferência de sedestação para ortostase pode ser incluído no plano terapêutico e preceder à deambulação, considerando a correlação com a limitação funcional, conforme consenso obtido junto à equipe multiprofissional.12

• Sugestão: Pode-se intervir no declínio funcional visando aumentar as chances de
retorno à independência para realizar as AVDs após a alta hospitalar.13


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS – TEMA 28

1. Carol L Hodgson. Clinical review: Early patient mobilization in the ICU. Critical Care 2013,17:207

2. Dekker, Margriet E Van Baar, Emile Chr Curfs, and Jan J Kerssens. Diagnosis and Treatment in Physicaltherapy : an invetigation of their relationship.Phys Ther 1993, 73:568-577

3. Castro AMA, Calil SR, Fretitas SA, Oliveira AB, Porto EF. Chest physiotherapy effectiveness to reduce hospitalization and mechanical ventilation length of stay, pulmonary infection rate and mortality in ICU patients. Respiratory medicine 2013- 107,68-74.

4. Robert K. Lord, AB; Christopher R. Mayhew, BS; Radha Korupolu, MBBS, MS; Earl C. Mantheiy, BA; Michael A. Friedman, PT, MBA; Jeffrey B. Palmer, MD; Dale M. Needham, FCA, MD,PhD. ICU Early Physical Rehabilitation Programs: Financial Modeling of Cost Savings. Crit care Med 2013, 41(3): 717-724

5. Kathy Stilller. Physiotherapy in Intensive Care : Towards an Evidence-Based Practice. Chest 2000, 118 (6)/1. Kathy Stiller. Physiotherapy in Intensive Care. An Updated Systematic Rewiew. Chest 2013.

6. Damasceno MCP; Aquim E; Duarte A; Cavalcanti R; Fernandes PV; Ferrari FR, França, EET; Força tarefa sobre a fisioterapia em pacientes críticos adultos: diretrizes da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).

7. Moodie L, Reeve J, Elkins M. Inspiratory muscle training increases inspiratory muscle strength in patients weaning from mechanical ventilation: a systematic review. J Physiother. 2011;57(4):213-21

8. William D Schweickert, Mark C Pohlman, Anne S Pohlman, Celerina Nigos, Amy J Pawlik, et al. Early physical and occupational therapy in mechanically ventilated, critically ill patients: a randomised controlled trial. Lancet 2009; 373:1874-82;

9. R. Gosselink, J. Bott, M. Johnson, E.Dean, S.Nava, M. Norrenberg, B. Schonhofer, K. Stiller, H. Van de Leur, J.L. Vincent. Physiotherapy for adult patients with critical illness: recommendations of the European Respiratory Society and European Society of Intensive Care Medicine Task Force on Physiotherapy for Critically Ill Patients. Intensive Care Med 2007.

10. Dale M. Needham; Alex D. Truong; Eddy Fan. Technology to enhance physical rehabilitation of critically
ill patients. Crit Care Med 2009;37:S436-S441.

11. Kralj A, Jaeger RJ, Munih M. Analysis of standing up and sitting down in humans: definitions and nor-
mative data presentation. J Biomech 1990, 23: 1123-113.

12. Ellis G, Langhorne P. Comprehensive geriatric asssesment for older hospital patients. Br Med Bull 2005.)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Gostou do meu Blog? Envie a sua opinião para lmbgouveia@gmail.com